Correspondências: Carta 09
“Ingrata e desalmada ex-esposa,
Tu não podes imaginar o quanto estupefato e rancoroso estou, devido ao que vem ocorrendo. Onde tu estavas com a cabeça que nada fez para alertar nossa filha sobre a besteira que ela está fazendo? Bem, agora é tarde, a essa altura ela já deve se encontrar na cama de seu trapaceiro, e talvez, neste momento, legítimo marido. Todos me traíram. Sinto tanto ódio; e pensar que cheguei a te amar tanto, sua ingrata.
Tu não podes imaginar o quanto estupefato e rancoroso estou, devido ao que vem ocorrendo. Onde tu estavas com a cabeça que nada fez para alertar nossa filha sobre a besteira que ela está fazendo? Bem, agora é tarde, a essa altura ela já deve se encontrar na cama de seu trapaceiro, e talvez, neste momento, legítimo marido. Todos me traíram. Sinto tanto ódio; e pensar que cheguei a te amar tanto, sua ingrata.
Às vezes, penso estar sonhando, mal posso crer que tudo isso é verdade. Todo o amor que eu sentia por ti, transfigurou-se agora em ódio; num ódio que mal consigo controlar. Vocês acabaram com minha vida. Destruíram todo bom sentimento que havia em mim. Não há amor; a amizade, me parece agora, pura mentira e falsidade. Até minha filha, minha querida filha, me abandonou e me traiu. Nada mais me importa. Sinto que a loucura está presente, querendo me dominar; mas antes, existe outra coisa mais forte, e mais urgente, me corroendo por dentro: isso se chama vingança.
Vocês acabaram com minha vida. Principalmente tu, a quem proporcionei tudo de bom que podias desejar: conforto, fartura, respeito.
Agora é tarde, uma cegueira doentia é o que me domina. Já que tu destruíras minha vida, responderei com a mesma moeda, acabando com a sua.
Aguarde-me.
de seu vingativo ex-marido”.
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