Da árvore que há em nós
O vôo
Raro
Cláudio B. Carlos (CC)
Há uma semente dentro de mim
Que algum deus plantou,
Cresce no estômago fincando raízes.
Temo não saber o que é: ou, quê.
Brota, talvez, a própria morte.
Talvez apenas um inconformismo
Um misto de cisto e vômito
De amargura e dor e tristezas.
E se for a vida? (como a morte da antiga,
Como o nascer de uma outra).
E se me reviro por dentro,
Lançando galhos novos e novas folhas
Por entre entranhas e pomos pulmões,
Varando as veias em veios.
Meus dedos são como brotos novos,
Ou nada, nada... OU MESMO NADA.
Caso fosse erva daninha, trepadeira qualquer
Talvez já tivesse tomado conta de mim,
Me transformado em muralha, coberta de verde –
Uma dupla perfeita, tipo: araucária e bromélia.
Mas nada, digo: NADA MESMO.
Me transformo por dentro
E sei bem, em quê.
Mudo, transmuto, me transformo por dentro.
Mudo transmuto em Cedros Vermelhos.
OBS: Poema publicado originalmente no blog "Cedros Vermelhos", de Flávio Circini [http://flaviocircini.blogspot.com], em comemoração ao aniversário do sítio eletrônico.
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