"Agonia de um soldado pós-vida".
eu me defendo de uma morte já prevista.
Vejo daqui, mortos e feridos e fogo queimando-os.
Quis desistir e fugir para casa. Mas antes me lembrei:
‘Deus está do lado do bem’.
Estas foram palavras de meu comandante, que também não passava de marionete em mãos de tantos outros.”
“Deus! Por que não param de atacar, se o fim já é certo?!”
“Por que estou aqui?!”
“Nosso general nos disse que seríamos filhos da nação.
Mas de que adiantaria um filho que não pôde começar a viver?
Talvez serei lembrado com uma placa bem bonita de mármore, colocada a sete palmos de terra acima de meu corpo.”
“Mas o que é isso?! Não posso me levantar! Por que não consigo?!”
“Por que meu corpo não obedece?!”
“Levante-se! Quero ti deixar em paz em algum lugar seguro, para que o fogo, as balas, e os tanques não acabem, por fim, te deixando por aí como tantos outros que acreditavam em algo que não existe.”
“Espere; acho que movi meu corpo!”
“Ora, não! Algo moveu meu corpo, e foi outro garoto.
Ele estava em baixo de mim, e como grita, agora!
Está sem as pernas e roga por sua mãe... ‘Mãe! Ó mãe!’
“E eu lembrei-me da minha.
O último tom que ouvi de sua voz, foi um choro de despedida.
Não entendo mais nada...
“O que é a paz para mim?!
Acordar, tomar meu café sujo, me barbear com uma água fétida, enquanto os inimigos fazem o mesmo; até chegar a hora em que os Senhores do Xadrez se cansarem e tomarem seu pileque para darem ordens de amor a pátria?
Mas qual é a minha verdadeira pátria?”
“É melhor esquecer isso tudo.
Agora percebo, de nada adiantou.
Outros morreram, levando como eu a única razão, escondida em cofres inimagináveis; a razão de um próspero viver, e morrer: a paz!”